
A convite da assessoria de imprensa, este editor assistiu à estreia do espetáculo na tarde do dia 10, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
Homem-Aranha Ação e Aventura cumpre o que promete: é uma superprodução cheia de efeitos cenográficos, trilha sonora bacana, figurinos dos anos 60 e uniformes dos personagens caprichados, acrobacias e boas interpretações.
De tudo isto, o que mais se destaca é a cenografia: peças e pedaços do palco são constantemente movimentados e alterados para criar os diferentes ambientes em que a história se desenrola. Mas o que mais impressiona é o casamento das imagens, estáticas e dinâmicas, projetadas atrás e à frente dos atores para provocar os efeitos visuais dos quadrinhos e do cinema. Há momentos em que o Homem-Aranha realmente parece estar se balançando entre os prédios. Sem falar nos trechos de HQs (em espanhol) projetadas para ajudar na condução da narrativa.

O jovem Daniel Granieri tem talento de sobra para interpretar Peter Parker e preparo físico suficiente para a maioria das cenas como Homem-Aranha. Quem rouba a cena, porém, é Alexandre Brum Corrêa como Duende Verde, que consegue transmitir a insanidade do vilão e ainda veste o uniforme que todo fã gostaria de ter visto no cinema no lugar daquela roupa espacial de William Dafoe.
O espetáculo se propõe a contar desde a origem do Homem-Aranha até o grande confronto com o Duende Verde, em que ele descobre a identidade secreta do herói e sequestra Mary Jane. Por aí, já dá para perceber que o enredo mistura os elementos dos quadrinhos e dos filmes mais recentes.
Mas não é isso que compromete o desenvolvimento da peça e sim algumas cenas mais “paradas” em que são necessários muitos minutos de diálogos para explicar as situações. Para a audiência mais velha, nenhum problema; as crianças, porém, tendem a ficar entediadas nesses momentos.

Há também a origem do Dr. Octopus e a participação do Sexteto Sinistro. Apesar de breve, a luta contra Mystério, Lagarto, Electro, Homem-Areia, Rino e Abutre é uma das cenas mais divertidas e animadas de todo o show.
O Ginásio do Ibirapuera talvez seja mesmo o melhor lugar em São Paulo para a encenação de Homem Aranha Ação e Aventura, especialmente nas cenas em que o Homem-Aranha e o Duende Verde surgem voando sobre a plateia.
A questão é que a maior qualidade de
Homem-Aranha Ação e Aventura talvez seja também seu maior defeito: trata-se de uma superprodução e, como tal, o preço para assisti-la pode se tornar proibitivo.
Na pista, os ingressos variam de R$ 280 (VIP Diamante, a fila do gargarejo) a R$ 220 (VIP Prata); a Cadeira Branca, primeira série de cadeiras após a pista, mais ao centro, R$ 240; as Cadeiras Azul e Amarela, que ladeiam a Branca, R$ 180. O preço mais acessível é o da Arquibancada, mas é preciso chegar cedo para não ficar muito na lateral e perder parte da visão do palco (todos estes preços são para entrada inteira comprada na bilheteria do ginásio, sem taxa de conveniência - veja o
mapa de assentos).
Se considerar que o espetáculo é “familiar”, que o estacionamento mais próximo cobra R$ 25 e que dentro do ginásio uma lata de Coca-Cola e um pacote de salgadinhos saem por R$ 5 cada, é preciso estar disposto a desembolsar um bom dinheiro para participar da festa. É uma brincadeira cara.