
Ele é “só” o cara que trouxe para o Brasil preciosidades como Cavaleiro das Trevas, Elektra Assassina, Watchmen, Ronin (pela Abril), Sandman, Orquídea Negra (Ed. Globo), Authority, Liga Extraordinária (Pandora), Sin City, Lost Girls (Devir)... a lista é imensa (só o Guia dos Quadrinhos tem cadastrados 422 títulos editados por ele, mas certamente é muito mais!)
Conheci Leandro Luigi Del Manto pessoalmente no final dos anos 80, ainda na Abril. De cara, deu para perceber que era um apaixonado por quadrinhos que estava no lugar onde todo fã gostaria de estar. É ele quem responde às 5 Perguntas do Papo de Quadrinho desta semana:
1) O que mudou no mercado brasileiro de quadrinhos desde que você começou a trabalhar nele e qual futuro você enxerga para este mercado?
As principais mudanças foram a perda do monopólio das bancas da Abril para a Panini e a invasão dos mangás nas bancas. O futuro ainda é muito incerto, mas acredito que haverá cada vez mais uma migração de leitores mais exigentes para as edições originais ou os TPs americanos. Está cada vez mais fácil comprar as edições originais pela Amazon e similares.
2) A Devir tem optado por produtos mais bem acabados, luxuosos e, portanto, mais caros. É uma HQ para livrarias, não para bancas de jornal. Qual a estratégia por trás disto?
A estratégia era buscar aquele leitor que costumava ler revistas em quadrinhos compradas nas bancas e que, por uma série de motivos, deixou de comprá-las e passou a ler livros ou álbuns de luxo. Conseguimos acordar uma boa parte dormente de leitores nesse mercado, mas agora diversas outras editoras (pequenas e grandes) passaram a adotar a mesma estratégia e esse nicho de mercado voltou a encolher.
3) Você acredita que o estímulo do poder público – como a inclusão dos quadrinhos no Programa Nacional Biblioteca nas Escolas – pode ajudar a desenvolver uma produção nacional de qualidade?
Não. Vejo os quadrinhos sendo aceitos no PNBE como um investimento cultural que poderá gerar novos leitores num futuro próximo. Financeiramente, é uma boa pedida para as editoras, mas isso pode fazer com que algumas delas passem a adotar políticas editoriais visando a uma possível aceitação pelo PNBE. Isso acaba se tornando uma espécie de censura auto-imposta, pois alguns editores criam projetos que se encaixam nos padrões estabelecidos pelo governo.
4) Nos anos 80, você esteve à frente de títulos que mudaram a história dos quadrinhos. Deve ter sido como um sonho realizado, não? Como esta experiência o marcou?

5) Indique 10 HQs que, na sua opinião, todo fã deveria ler antes de morrer:
- A Liga Extraordinária - Volume 1
- Sandman
- Watchmen
- Incal
- Planetary
- Homem-Aranha (os clássicos)
- Demolidor (a fase de Frank Miller)
- Monstro do Pântano (de Alan Moore)
- Torpedo (de Sanchez Abuli e Jordi Bernet)
- Calvin e Haroldo
Parabéns ao Jota e ao Del Manto por essa bela entrevista, certamente eu acompanhei de perto toda essa trajetória vitoriosa e espero que Del Manto continue por muitos e muitos anos sem perder o espírito revolucionário e lançando material de primeira linha, como tem feito pela Devir.
ResponderExcluirEm tempo: só não li um título daquela lista mas vou deixar quieto pra morte não me pegar ;)
abs!
T§
Parabéns ao Jota e ao Del Manto por essa bela entrevista, certamente eu acompanhei de perto toda essa trajetória vitoriosa e espero que Del Manto continue por muitos e muitos anos sem perder o espírito revolucionário e lançando material de primeira linha, como tem feito pela Devir.
ResponderExcluirEm tempo: só não li um título daquela lista mas vou deixar quieto pra morte não me pegar ;)
abs!
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