Por conta do enorme sucesso de Batman TDK – e mais ainda por tudo que envolveu Heath Ledger, da morte repentina à conquista póstuma do Oscar – a DC, nos Estados Unidos, e a Panini, no Brasil, promoveram o relançamento de A Piada Mortal (The Killing Joke, Alan Moore e Brian Bolland, 1988) e o lançamento de Coringa (The Joker, Brian Azzarello e Lee Bermejo, 2008).
Não são só o oportunismo e a edição luxuosa que unem as duas obras.
É, obviamente, seu protagonista; e, também, a violência.
Em A Piada Mortal, o Coringa aleija e supostamente estupra Barbara Gordon; tortura física e psicologicamente o Comissário Gordon. Em Coringa, o insano vilão quer reconquistar “sua” cidade depois de uma temporada no Asilo Arkham e, para isso, banha o submundo do Gotham City com sangue.
As semelhanças terminam aí.
Não são só os 20 anos de diferença que separam as duas obras. A Piada Mortal integrou o “movimento” que deu início a uma nova Era dos Quadrinhos em meados dos anos 80.
Fazem parte deste movimento, entre outras HQs, Cavaleiro das Trevas, Batman: Ano 1, Ronin e Elektra Assassina, de Frank Miller; Watchmen e V de Vingança, de Alan Moore; a Mulher-Maravilha de George Pérez; o Superman, de John Byrne... Fazem parte deste movimento, entre outras características, heróis mais “humanos”, maior aprofundamento psicológico, “realismo” e experiências narrativas até então inéditas ou desconhecidas pelo grande público.
Se A Piada Mortal faz parte do início de uma Era, Coringa está no extremo oposto. A cabeça e a cauda. O início e o fim.
A HQ de Azzarello e Bermejo representa os estertores de um tipo de história que vem se repetindo e se consumindo em sua própria antropofagia. É o reflexo de anos de cópias mal feitas e exageradas daquelas histórias que inauguraram a nova Era e lhes serviram de inspiração.

Em tempo: espero, de verdade, que o visual a la Heath Ledger pare por aqui.
Por uma questão de justiça, é preciso dizer que Coringa não é o maior expoente deste “sinal dos tempos”. Até o presente momento, este título pertence a All-Star Batman, de Frank Miller. O mesmo Miller que participou dos primórdios da atual Era dos Quadrinhos criou uma paródia de sua própria obra em que parece querer atropelar a ordem natural das coisas e antecipar o final deste ciclo, que virá mais dia menos dia. Alguns dizem que é proposital; tenho minhas dúvidas.
Curiosamente, a HQ que parece sinalizar o futuro dos quadrinhos pertence ao mesmo “selo”: All-Star Superman. Se meu raciocínio estiver correto, as histórias do próximo ciclo dos quadrinhos tendem a revisitar os clássicos e resgatar aquela inocência despretensiosa da Era de Prata. Os desenhos serão estilizados; simples sem ser caricatos.
Em outra mídia, o desenho animado Batman: The Brave and The Bold parece reforçar minha teoria. Mas até que este futuro chegue, temo que teremos que conviver por mais alguns anos com HQs como Coringa...
Sempre achei Brian Azzarello uma enganação, assim como o Brian Michael Bendis. Diálogos ¨bacanas¨e pouca história... que saudades dos bons tempos em que uma HQ tinha que ter trama...
ResponderExcluirSempre achei Brian Azzarello uma enganação, assim como o Brian Michael Bendis. Diálogos ¨bacanas¨e pouca história... que saudades dos bons tempos em que uma HQ tinha que ter trama...
ResponderExcluirConcordo em termos, Gian. O Bendis tem bons trabalhos, como Vingadores - A Queda e os Novos Vingadores. Mas aí é questão de gosto...
ResponderExcluirConcordo em termos, Gian. O Bendis tem bons trabalhos, como Vingadores - A Queda e os Novos Vingadores. Mas aí é questão de gosto...
ResponderExcluirNão me lembro de cabeça de grande trabalhos do Brian Azzarello. Concordo que a "tendência" dos quadrinhos deve ser menos porrada e mais trama, mas ainda é cedo para ver quem vai puxar essa fila de fato. E depois a inocência nos quadrinhos jamais voltará nos moldes da era de prata por exemplo.
ResponderExcluirEu aguardaria mais um pouco. É interessante fazer um exercício de olhar no "underground" e ver o que eles estão fazendo de sucesso por lá. Abs!
T§
Não me lembro de cabeça de grande trabalhos do Brian Azzarello. Concordo que a "tendência" dos quadrinhos deve ser menos porrada e mais trama, mas ainda é cedo para ver quem vai puxar essa fila de fato. E depois a inocência nos quadrinhos jamais voltará nos moldes da era de prata por exemplo.
ResponderExcluirEu aguardaria mais um pouco. É interessante fazer um exercício de olhar no "underground" e ver o que eles estão fazendo de sucesso por lá. Abs!
T§
Concordo com o lance da estória que é meia boca, mas não quanto ao visual do Coringa estilo "Heath Ledger". Acho muito louco. Isso deviam manter é bem mais legal ele tipo psico, parece mais real. <>s
ResponderExcluirConcordo com o lance da estória que é meia boca, mas não quanto ao visual do Coringa estilo "Heath Ledger". Acho muito louco. Isso deviam manter é bem mais legal ele tipo psico, parece mais real. <>s
ResponderExcluirQuestão de gosto, Caio. Antes de assistir ao filme, cheguei a questionar o visual do Ledger. Ok, admito, acabou funcionando. Mas não gostaria de ver este visual perpetuado nas HQs; ainda prefiro o vilão clássico.
ResponderExcluirQuestão de gosto, Caio. Antes de assistir ao filme, cheguei a questionar o visual do Ledger. Ok, admito, acabou funcionando. Mas não gostaria de ver este visual perpetuado nas HQs; ainda prefiro o vilão clássico.
ResponderExcluirEstou no começo de 100 balas e não tive aquela sensação "vem coisa boa por aí" como senti em Preacher e em Y: The Last Man.
ResponderExcluirPoxa... O que o pessoal têm contra o Demolidor?
Frank Miller já fazia nele o que tempos depois ele fez em Batman o Cavaleiro das Trevas e Ano 1.
E concordo com J. Silvestre... O Bendis manda bem, mas quando ele tem controle sobre a história que está contando.
Estou no começo de 100 balas e não tive aquela sensação "vem coisa boa por aí" como senti em Preacher e em Y: The Last Man.
ResponderExcluirPoxa... O que o pessoal têm contra o Demolidor?
Frank Miller já fazia nele o que tempos depois ele fez em Batman o Cavaleiro das Trevas e Ano 1.
E concordo com J. Silvestre... O Bendis manda bem, mas quando ele tem controle sobre a história que está contando.
O que o pessoal tem contra o Demolidor eu não sei; eu gosto muuuuito do personagem, tanto as histórias clássicas quanto a fase do Miller (excepcional!) e a atual, que está bem bacana.
ResponderExcluirO que o pessoal tem contra o Demolidor eu não sei; eu gosto muuuuito do personagem, tanto as histórias clássicas quanto a fase do Miller (excepcional!) e a atual, que está bem bacana.
ResponderExcluirPutz... A atual de Brubaker né?
ResponderExcluirAcompanhei toda a saga do Bendis, mas a Panini cancelou a revista quando Brubaker entrou... =/
Me perdi... (e estou perdendo, pois comecei a ler Criminal e gostei do que li).
Vamos esperar pelo encadernado!
Putz... A atual de Brubaker né?
ResponderExcluirAcompanhei toda a saga do Bendis, mas a Panini cancelou a revista quando Brubaker entrou... =/
Me perdi... (e estou perdendo, pois comecei a ler Criminal e gostei do que li).
Vamos esperar pelo encadernado!