quarta-feira, 31 de março de 2010

Action Comics vale 1,5 milhões de dólares

Publicada em 1938, a revista Action Comics apresentou ao mundo a primeira história do Superman e foi o primeiro grande sucesso de vendas da história dos quadrinhos. Na ocasião, o gibi valia módicos 10 centavos de dólar.

Lançada em junho de 1938, a capa mostra um desconhecido homem de capa vermelha levantando um carro e atirando-o contra uma rocha, enquanto bandidos fojem em pânico.

No início dessa semana, a ComicConnect.com informou que vendeu um exemplar em Nova York ao preço recorde de 1,5 milhão de dólares. Em fevereiro de 2009, um outro exemplar idêntico, mas em pior estado de conservação, havia sido vendido por um milhão de dólares.

terça-feira, 30 de março de 2010

Veja capas do Retorno de Bruce Wayne



Estreia no próximo mês, nos Estados Unidos, a minissérie em seis edições que vai contar como Batman volta à vida depois de ter “morrido” na saga Crise Final.

O roteiro é de Grant Morrison e a arte terá revezamento de artistas a cada edição. As capas liberadas pela DC, e que ilustram esta nota (clique nelas para ampliá-las), foram desenhadas por Andy Kubert – também responsável pelos esboços do visual do Homem Morcego a cada etapa do seu caminho de volta.

As imagens revelam o que já havia sido anunciado: antes de Batman retornar, ele será submetido a uma viagem no tempo em que encarnará diferentes personalidades: homem das cavernas, caçador de bruxas, pirata, pistoleiro e detetive noir.

Não gosto de julgar antes de ler, mas não alimento grandes expectativas com relação a esta minissérie. Isoladamente, as histórias talvez até funcionem bem. Provavelmente, funcionariam melhor como aventuras alternativas sob o selo Túnel do Tempo.

Como etapas de mais um retorno da morte, tenho dúvidas.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Bienvenido: novo livro de Paulo Ramos

O mais novo lançamento editorial do premiado editor do Blog dos Quadrinhos vai sair pela editora Zarabatana.

O livro nasceu a partir de viagens de Paulo Ramos à Argentina e faz um retrato da indústria de quadrinhos daquele país e de seus principais criadores por meio de análises, entrevistas e depoimentos.

A capa foi produzida exclusivamente pelo artista Liniers, autor das tiras de humor Macanudo, publicado no Brasil também pela Zarabatana.

Faltando cerca de um mês para a chegada de Bienvenido - Um passeios pelos quadrinhos argentinos às lojas, Paulo Ramos gentilmente adiantou um pouco do conteúdo da obra nesta entrevista exclusiva para o Papo de Quadrinho:

O livro é resultado de viagens que você fez para a Argentina, certo?
A ideia surgiu a partir das viagens, sim, mesmo que isso não estivesse claro para mim na época. Foram quatro viagens entre 2007 e o fim de 2008. Sempre que voltava de lá, achava que valeria contar como são os quadrinhos argentinos, ainda tão desconhecidos do leitor brasileiro.
Desse primeiro contato, surgiu a série de reportagens "Muito Além de Mafalda", veiculadas no Blog dos Quadrinhos no primeiro semestre do ano passado. O projeto do livro surgiu depois disso. Reiniciei a pesquisa e a escrita do zero. Aprofundei muito mais, entrevistei autores, fiz duas outras viagens a Buenos Aires, em agosto e dezembro de 2009, para contatos, checagem de dados e atualização de informações.

O livro se propõe a ser um Raio-X da atual produção de quadrinhos naquele país?
Bienvenido faz o que o subtítulo sugere: um passeio pelos quadrinhos argentinos, tanto de hoje como de ontem. Dividi a obra em dez capítulos, que enxergo como dez reportagens sobre diferentes aspectos da produção de lá. Em cada uma dessas matérias, exploro os temas ao longo do tempo e mostro o contexto histórico do país, que exerce influência direta na produção.
Um exemplo: no capítulo dedicado à revista
Fierro, abordo tanto a nova fase da publicação quanto a versão anterior, das décadas de 1980 e 90, bem como as raízes do surgimento dela, ligadas ao fim do período militar e ao processo de redemocratização do país. Os capítulos vão construindo aos poucos a estrutura de como são os quadrinhos argentinos.

De tudo que você encontrou por lá, o que mais chamou sua atenção?
Muita coisa. De momento, me ocorrem duas. A primeira é o fato de haver essa muralha editorial entre as produções daqui e a de lá. Quando olhamos além dessa barreira, podemos ver uma vasta produção, de muita qualidade. O que também me chamou muita atenção foi o papel do escritor Héctor Germán Oesterheld no país. Expoente do gênero, ele foi sequestrado e assassinado pelos militares na segunda metade da década de 1970. Ele, as quatro filhas - duas delas grávidas - e dois genros. Entrevistei a viúva do roteirista, Elsa Oesterheld. É um relato impressionante, um dos mais marcantes que tive a oportunidade de reportar em mais de 15 anos como jornalista.

Foi possível identificar a existência de uma "escola" argentina de quadrinhos?
Talvez não uma escola propriamente dita, mas há alguns autores que influenciaram muito a produção de lá. Héctor Germán Oesterheld definiu muito do modo como os roteiros de aventuras foram criados a partir de 1950. Papel semelhante ao que Francisco Solano López, Alberto Breccia e Hugo Pratt - que trabalhou na Argentina entre 1950 e 60 - exerceram na parte gráfica. Quino também foi um divisor de águas. As tiras se tornaram mais críticas e sociais após Mafalda. Muito do que se lê hoje encontra raízes nesses autores.

domingo, 28 de março de 2010

Morre o lendário Dick Giordano

A notícia foi dada na manhã do dia 27, sábado. Um dos maiores artistas da indústria norte-americana de quadrinhos morreu aos 77 anos.

Entre suas numerosas contribuições, estão os super-heróis que ele ajudou a publicar em sua passagem pela Charlton Comics: Capitão Átomo, Besouro Azul, Questão, Pacificador...

Na DC, a partir do final da década de 60, ele finalizou os desenhos de Neal Adam na memorável fase do Batman e na série de aventuras pela América do Lanterna Verde e Arqueiro Verde.

Anos depois, os dois artistas fundaram sua própria editora, a Continuity Associates.

De volta à DC nos anos 80, foi o editor de Batman e chegou ao cargo de vice-presidente executivo. Sob sua gestão, a editora passou por uma das ondas mais criativas, tendo publicado títulos como Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, Watchmen, de Alan Moore, e Sandman, de Neil Gaiman. Giordano também finalizou algumas edições da saga Crise nas Infinitas Terras, de Marv Wolfman e Geroge Pérez.

Descanse em paz...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Mercado: Barba Negra une-se à Leya

Criada há um ano e meio por Odyr Bernardi e Sandro Lobo, ambos ex-Desiderata, a editora Barba Negra anunciou no início desta semana uma parceria com a holding portuguesa Leya para publicar quadrinhos no Brasil.

A nova empreitada, agora com Christiano Menezes, do estúdio Retina 78, no lugar de Odyr, e tendo como editora executiva Mariana Rolier, promete investir pesado na produção nacional – estão previstos 10 lançamentos ainda este ano, mas a editora ainda faz suspense sobre quem sejam os autores ou títulos.

De concreto, estão garantidos os títulos estrangeiros Stitches, de David Small, e Zahra’s Paradise.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Prefeitura de SP promove troca de livros e HQs

IDW vai lançar Parque dos Dinossauros

Em parceria com a Universal Partnerships & Licensing, a editora norte-americana promete para junho uma nova série regular inspirada no blockbuster dirigido por Steven Spielberg em 1993 - e que deu origem a duas sequências menos memoráveis.

O primeiro arco de histórias, Jurassic Park: Redemption, vai ocupar as cinco edições iniciais, com roteiro do editor-sênior da IDW, Bob Schreck, e arte de Nate Van Dyke. Pelo menos estas primeiras edições terão uma capa de Tom Yeates e outra alternativa, criadas por Frank Miller (essa aí ao lado), Arthur Adams, Paul Pope, Bernie Wrightson e Bill Stout.

A trama do primeiro arco se passa 13 anos após os fatos do primeiro filme. Tim e Lex Murphy, os netos do idealizador do Parque dos Dinossauros, John Hammond, são agora jovens adultos e cada um lida a seu modo com a herança do experimento mal sucedido do avô.

A IDW promete também relançar, em encadernados, os quadrinhos de Jurassic Park publicados pela editora Topps entre 1993 e 1997.

terça-feira, 23 de março de 2010

Marvel anuncia Marvelman para junho

Oito meses depois de ter adquirido os direitos do personagem, a editora finalmente anuncia para junho o lançamento de Marvelman Classic Primer 1.

A edição especial apresenta o herói para as novas gerações e traz entrevistas com seu criador, Mick Anglo, e com outros quadrinhistas que trabalharam com o personagem, como Neil Gaiman, além de pin-ups desenhados por artistas como Mike Perkins, Doug Braithwaite, Miguel Angel Sepulveda, Jae Lee, Khoi Pham e Ben Oliver.

A revista será lançada com duas opções de capas: uma clássica, feita por Anglo (essa aí ao lado), e outra atual, criada pelo editor-chefe da Marvel, Joe Quesada.

No mês seguinte, sai o primeiro número de uma série regular, Marvelman Family’s Finest, com a reimpressão das principais aventuras do herói publicadas nos Estados Unidos.

Em seguida, ainda sem data de lançamento, chega às lojas o encadernado Marvelman Classic Vol. 1 Premiere, com as primeiras histórias, em ordem cronológica.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Novo almanaque de desenhos animados

Ouço falar do trabalho do jornalista Paulo Gustavo Pereira desde a segunda metade da década de 80. Se a memória não me trai, ele lecionou na mesma faculdade em que cursei jornalismo, a Metodista, no ABC Paulista, e foi autor de um artigo na Folha de São Paulo sobre o Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller.

Graças a este artigo, voltei a ler HQs depois de um longo hiato na adolescência; então, se eu não estiver errado quanto à autoria do artigo, devo esta ao Paulo. Depois, passei a acompanhar seu trabalho, especialmente o relacionado a cinema e séries de TV.

Paulo Gustavo Pereira é autor do recém-lançado Animaq – Almanaque de Desenhos Animados (Matrix Editora, 320 páginas, R$ 45,00). O livro é diversão garantida.

Como o próprio autor cita na introdução, se não estão lá todos os desenhos exibidos na TV brasileira, estão quase todos.

Pense numa animação que marcou sua infância e certamente a encontrará neste livro.

Os desenhos são divididos em décadas (levando em conta o ano de produção) e organizados em ordem alfabética. É um almanaque clássico, com verbetes curtos e de consulta rápida. Intercalando os capítulos, há artigos mais completos do Paulo Gustavo contextualizando a característica mais marcante de cada período das animações.

O autor não cedeu à tentação de se concentrar apenas nos programas de TV que marcaram a infância de sua própria geração. O livro avança até a primeira década dos anos 2000 e inclui animações novíssimas, como por exemplo, Garota Supersábia e Mecanimais, exibidas pelo Discovery Kids.

Se há um porém neste Animaq é o fato de as fotos ilustrativas serem em preto e branco. Obviamente, se todas as páginas fossem coloridas, o preço seria bem maior. Como consolo, além da coletânea de personagens na capa e contracapa, há oito páginas coloridas no miolo com uma pequena parcela dos desenhos resenhados – as duas páginas centrais são exclusivamente de super-heróis!

Como bônus, o livro traz um apêndice com a transcrição da narração da abertura de conhecidos desenhos e uma seleção de temas musicais que embalavam estas produções.

Para amantes da animação, saudosistas, profissionais, estudiosos e curiosos, Animaq é leitura indispensável.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dia do Fã 2010

Em sua sexta edição, o evento que reúne aficionados por ficção científica, séries de TV e filmes na Estação Ciência vai acontecer no próximo dia 28, domingo.

A programação incluir jogos, mostras de coleções, concurso de fantasias e exibição de filmes seguida de debates. O evento é aberto para todas as idades. Para entrar no museu, os participantes pagam uma taxa simbólica de R$ 2.

Os organizadores pedem que seja levado um quilo de alimento não-perecível, que será doado para a ACEDEMSP, instituição que cuida de crianças e jovens excepcionais no bairro de São Miguel Paulista.

Veja a programação completa do Dia do Fã 2010:

Serviço
Dia do Fã de Séries de TV e Filmes
Dia 28 de março, domingo
Das 9h às 18h
Local: Estação Ciência (Rua Guaicurus, 1.394 – Lapa – São Paulo – SP)
Informações: (11) 3675-8828 ou no
blog do evento.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Novos trailer e pôsteres de Kick-Ass

A Lionsgate liberou mais um trailer do filme baseado na HQ de Mark Millar e John Romita Jr. O vídeo não traz muitas novidades além daquelas já vistas nos trailers anteriores.

O produtores também divulgaram mais uma série de pôsteres sensacionais do longa que tem estreia prevista para 16 de abril nos Estados Unidos.

A boa notícia é que a Panini confirmou que vai lançar, em edição única, a HQ publicada originalmente em oito partes. Ainda sem data confirmada, o ideal é que os quadrinhos chegassem às bancas brasileiras antes do lançamento do filme. Vamos aguardar.

Guedes lança selo editorial e prozine

O incansável tradutor, editor, roteirista, desenhista e estudioso dos quadrinhos, Roberto Guedes, acaba de se lançar numa nova empreitada: transformou seu blog, o Guedes Manifesto, em selo editorial e tomou emprestado o nome de sua principal criação para batizar o prozine (fanzine feito por profissionais) Almanaque Meteoro.

A publicação – impressa, e não virtual como alguns recentes lançamentos nesta área – segue a tradição dos fanzines e mistura quadrinhos, artigos, entrevistas e pin-ups.

Nessa aventura, Guedes está muito bem acompanhado: Márcio Baraldi, Emir Ribeiro, Bira Dantas, André Valle e Paulo Caesar na parte dos quadrinhos; o veterano Rodolfo Zalla e o roteirista da Disney, Oscar Kern, em entrevistas exclusivas; e César Brito e Gérson Fasano nos artigos.

O que chama atenção no Almanaque Meteoro é a volta do personagem de Guedes, ameaçado de cancelamento pelo próprio autor em julho do ano passado. Meteoro volta na série Aquele que está nos ares reformulado, livre de continuidade e com nova identidade, Roger Mainardi. O roteiro é de Guedes e a arte de Aluísio de Souza e Júlio Cesar Zvir.

Almanaque Meteoro 1 tem 52 páginas, capa colorida, miolo p&b, formato 16 x 23 cm e preço de R$ 5,00. As encomendas podem ser feitas diretamente por e-mail. A tiragem é limitada.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Mais ciências exatas em quadrinhos


Dando continuidade à publicação da série The Mangá Guide no Brasil, a editora Novatec lançou mais três edições nos últimos meses: Eletricidade, Estatística e Física Mecânica Clássica.

No Guia Mangá de Eletricidade, de Kazuhiro Fujitaki, o leitor aprende, por meio dos esforços da jovem Rereko para passar no exame da escola Electopia, conceitos relacionados a voltagem, corrente e resistência, indutância e capcitância, transformadores, semicondutores, diodos e transistores, e a ligação entre eletricidade e campos magnéticos.

Em Estatística (de Shin Takahashi), o professor Yamamoto ensina a Luy – e ao leitor – como calcular a mediana e o desvio-padrão, probabilidade, coeficiente de Cramer, utilidade do valor-padrão e outras ferramentas relacionadas á disciplina.

Por fim, o Guia Mangá de Física Mecânica Clássica (Hideo Nita), o jovem físico Ryota vai utilizar exemplos da vida real para ajudar a atleta Megumi a melhorar seu desempenho no jogo do tênis e se dar bem nas aulas de Física. Entre as lições, estão conceitos como deslocamento e impulso, movimento parabólico, relação entre força, massa e aceleração, as Leis de Movimento de Newton e cálculo de energia cinética, entre outros.

Dito assim, as matérias dos livros chegam a assustar. No entanto, o uso da linguagem dos quadrinhos, da dramatização e de objetos do dia a dia, como patins e lanternas, facilitam o aprendizado.

Cada livro tem 224 páginas (o de Física tem 248) e podem ser adquiridos diretamente no site da Novatec por R$ 39,00. Até o final de abril, está valendo uma promoção exclusiva para os leitores do Papo de Quadrinho que dá 20% de desconto na compra de qualquer título. Basta informar o código PAPODEQUADRINHO no carrinho de compras.

A Novatec já anunciou os próximos lançamentos da série Guia Mangá: Cálculo e Biologia Molecular.

Astro Boy de 2004 sai em DVD

É difícil entender por que o longa animado do Astro Boy foi um fiasco nos cinemas.

Desde que estreou nos Estados Unidos em outubro do ano passado – e em diversos países nos meses seguintes – a animação em 3D do clássico personagem de Osamu Tezuka arrecadou pouco mais de US$ 35 milhões nas bilheterias, muito aquém dos US$ 65 milhões investidos na produção.

Astro Boy é considerado o primeiro desenho animado produzido no Japão e precursor da prolífica indústria de animes daquele país. Baseado num mangá de sucesso lançado em 1951, o desenho do Astro Boy estreou na TV no início dos anos 60 e virou febre.

Dizer que o personagem é desconhecido das novas gerações também não explica muito. O desenho teve dois remakes, em 1980 e em 2004. É esta última versão que a Sony Pictures está lançando uma série de cinco DVDs, cada um com 10 episódios masterizados em alta definição, a um preço sugerido de R$ 19,90 cada.

A série de DVDs contempla os 50 episódios da única temporada que durou o desenho, exibido entre janeiro e junho de 2004 nos Estados Unidos e, no Brasil, a partir de junho do mesmo ano, pelo canal Cartoon Network.

terça-feira, 16 de março de 2010

Papo de Quadrinho no HQ & Cia.

A convite do jornalista César Freitas, este editor deu entrevista no dia 13 de março ao programa HQ & Cia, transmitido ao vivo pela All-TV todos os sábados, às 16h.

Na conversa de pouco mais de 40 minutos falamos sobre a cobertura jornalística dos quadrinhos, os problemas da divulgação e outros temas.

A entrevista está disponível na íntegra no vídeo abaixo e também no site do HQ & Cia.



segunda-feira, 15 de março de 2010

Vale o investimento: Lina

Lina é uma criação da estreante Cristina Judar (roteiros) com ilustrações de Bruno Auriema, ilustrador profissional mais afeito à publicidade.

É o primeiro lançamento em quadrinhos da editora Estação Liberdade, que já faz um trabalho elogiável com livros, sobretudo de autores japoneses.

A jovem Lina é uma pessoa que tem dificuldades em entender a sua vida e suas idiossincrasias. É apegada ao seu avô Afonso, o aposentado dono de um antiquário. Quando ele morre, deixa para a neta uma caixa de objetos antigos - que vai mudar a vida de Lina, levando-a por lugares misteriosos entre o passado e o presente.

A história prende o leitor, oscilando entre a realidade urbana e o sonho, um mundo idealizado ou recriado por Lina, que percorre caminhos secretos para entender sua vida, suas fraquezas e forças e, talvez, sua vocação.

A arte de Auriema é elegante, bonita, mas, às vezes, sentimos falta de um refinamento mais adequado aos quadrinhos comerciais. Nada que comprometa, de fato, esse belo trabalho.

Vale a pena elogiar o lançamento da editora Estação Liberdade e parabenizá-la por sua ousadia em lançar autores estreantes. Os quadrinhos nacionais só têm a ganhar com publicações de qualidade como esta.

Torcemos para o sucesso desta bela edição, para que novos títulos sejam lançados.

Serviço:
Título: Lina
Editora: Estação Liberdade
Ilustrações: Bruno Auriema
Roteiro: Cristina Judar
80 páginas, 21 x 28 cm
R$ 35,00

sexta-feira, 12 de março de 2010

Nota triste: morre o cartunista Glauco

Atualizado em 15.03.2010, às 14h20

O suspeito pela morte do cartunista Glauco e de seu filho Raoni, foi preso às 23 horas de domingo, 14, enquanto tentava fugir do Brasil pela Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, na fronteira com o Paraguai.

Na prisão, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, confessou ter cometido os assassinatos em depoimento ao delegado responsável e posteriormente às equipes de TV presentes.

Atualizado em 12.03.2010, às 19h50


A história vai tomando cores mais surreais. Pelo que a polícia apurou até agora, o que aconteceu de fato mistura um pouco das três versões.

O suspeito Carlos Eduardo Sundfeld Nunes rendeu a enteada de Glauco e invadiu sua residência. Ele queria que toda a família do cartunista fosse até a casa dele convencer seus parentes de que ele, Carlos, era Jesus Cristo.

Com uma arma apontada para a cabeça, Glauco negociou sua ida sozinho. Na saída, foram surpreendidos por Raoni; Carlos ameaçou se matar e, em seguida, disparou contra pai e filho.

O suspeito era frequentador da igreja fundada por Glauco e é considerado pela família como "problemático", com passagem pela polícia por porte de drogas. O que causa indignação é um maníaco desses portando arma de fogo.

Atualizado em 12.03.2010, às 14h

Segundo o site de notícias G1, existem três versões para o crime. A primeira, feita pela polícia e divulgada esta manhã, dá conta do assalto seguido de morte.

No começo da tarde, surgiram duas novas versões. A primeira, é de que o assassino seria conhecido da família e frequentador da casa de Glauco. O suspeito teria discutido com o cartunista e seu filho após um culto na igreja Céu de Maria e efetuado os disparos.

O advogado da família, Ricardo Handro, porém, disse que dois homens invadiram a casa de Glauco e ameaçaram levar toda a família. O cartunista negociou que apenas ele fosse levado e foi ferido. O filho Raoni flagrou a cena quando chegava da faculdade e foi morto no local, junto com Glauco.


Post original em 12.03.2010, às 8h55

É com pesar que o Papo de Quadrinho lamenta a morte do cartunista Glauco, seguramente um dos mais produtivos e importantes dos quadrinhos brasileiros.

Glauco morreu na madrugada desta sexta-feira (12), em Osasco (SP), vítima de disparos efetuados durante um assalto a sua residência.

A tragédia foi ainda maior pois seu filho, Raoni Villas Boas, também foi atingido e morreu.

O cartunista Glauco Villas Boas, 53, foi um dos mais prolíferos criadores de quadrinhos nacionais. Atuando desde a década de 1970, criou importantes personagens como Dona Marta, Zé do Apocalipse, Geraldinho e Geraldão e Doy Jorge, onde abusava do humor ferino e críticas ácidas à socidade e ao governo.

Morre o cartunista Glauco - Repercussão

Caricatura de Toni D'Agostinho:


Cartum de Társis Salvatore:

Caricatura de Bira Dantas:

Nota oficial da Associação dos Cartunistas do Brasil:

Todos estamos pasmos com o nível de violência com mais uma notícia sobre a morte de pai e filho por assaltantes em São Paulo. Desta vez foi nosso amigo Glauco Vilas Boas e seu filho Raoni. Dois grandes desenhistas que escolheram o humor gráfico para pensar o ser humano. Glauco, companheiro de sempre de Laerte, Angelí, Toninho Mendes e Adão Iturusgarai nos quadrinhos, publicava na Folha de São Paulo desde 1977. Seus personagens satirizavam as relações de uma geração perdida entre as questões comportamentais e instintivas do ser humano. Usava o humor como arma de anteparo à violência. Foi uma das "crias" de Henfil. Podemos ver em seus traços e personagens a marca do questionamento herdada de seu mestre. Seu filho Raoni também escolheu ser cartunista e trabalhava com o pai.A notícia de uma execução sumária em um assalto, como muitos que acontecem nas grandes cidades, é quase que sem nexo diante de alguém que justamente lutava contra isso.Fica a lembrança, para todos nós cartunistas, de um amigo que fez de sua vida uma história de sucesso no humor gráfico do país. E o compromisso de continuarmos na batalha de enfrentarmos a violência de nossos dias com o que melhor sabemos fazer- o humor.

Salve Glauco. Salve Raoni.

Associação dos Cartunistas do Brasil - ACB

Nota oficial do Salão Internacional de Humor de Piracicaba:

A violência em São Paulo, mais uma vez, mata e empobrece a cultura brasileira. Aos 53 anos, no auge de sua produção artística, morre assassinado por assaltantes em sua casa o cartunista paranaense Glauco Villas-Boas, radicado em Osasco. Glauco, como era conhecido, foi descoberto pelo jornalista José Hamilton Ribeiro, então diretor do “Diário da Manhã”, em Ribeirão Preto, interior paulista. Lá começou a publicar suas tiras cômicas. Mas, foi na 4ª edição do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, em 1977, ao conquistar um dos prêmios, que Glauco foi projetado no cenário artístico brasileiro e internacional. Com seu imenso talento, criatividade, estilo único e, em especial, humor inteligente baseado no comportamento da nossa sociedade, que Glauco saltou, ainda no mesmo ano, para as páginas da “Folha de S. Paulo”. Em 1984, a mesma “Folha” abriu espaço diário para a nova geração de cartunistas brasileiros. Glauco estava entre eles e, assim, ficou conhecido em todo o País. Surgiram seus principais personagens: Geraldão, Zé do Apocalipse, Dona Marta, Doy Jorge, Casal Neuras, Geraldinho e outros. Multimídia, Glauco também era músico e se apresentava em bandas de rock. Integrou a equipe de redatores do “TV Pirata” e do “TV Colosso”, programas apresentados pela TV Globo. Publicou livros de humor. Em plena Era Digital Glauco continuava fiel à prancheta, desenhando à mão com nanquim. Usava o computador apenas para colorir os trabalhos, depois de escanear cada um deles. Glauco registrou, a cada momento, as transformações pelas quais passou o mundo, o Brasil. Era um profundo conhecedor e critico da alma humana, mas sempre de maneira bem humorada, provocando reflexões. O Brasil e o mundo perdem um de seus maiores cartunistas. Restam, diante de mais esta tragédia, as perguntas: Senhores governantes, até quando? Quantas vidas ainda faltam para que seja colocado um basta na violência?

RICARDO VIVEIROS
Presidente do Conselho Consultivodo Salão Internacional de Piracicaba
ZÉLIO ALVES PINTO
Vice-presidente do Conselho Consultivodo Salão Internacional de Piracicaba

Nota de Mauricio de Sousa:

Como eu disse no primeiro momento, no Twitter, o fato é tão chocante que nossa reação não pode ser medida em palavras, mas em um sentimento de dor, luto e desesperança. Apesar disso, nós sairemos do choque. E vamos encontrar caminhos, mesmo que sejam longos, demorados, para contermos essa onda de irracionalidade e desumanidade. Famílias bem formadas, educação, fé em Deus, justiça social serão alguns dos pontos por onde passará o caminho do respeito à vida. Vamos lutar para isso. Como tributo ao Glauco e ao Raoni.


Mauricio de Sousa

quarta-feira, 10 de março de 2010

Vale o Investimento: Invasão dos Mortos

Mais uma boa opção da Gal Editora para os amantes dos quadrinhos que querem dar um tempo no gênero super-heróis.

Invasão dos Mortos conta uma história de zumbis bem fora do lugar comum. Esqueça monstros putrefatos com fome de carne fresca. Estes aqui só querem se divertir.

Até aí, tudo bem. Desde que não fosse a escória do além que de uma hora para outra decidisse tomar os corpos alheios sem permissão.

O point destes desmortos é a cidade de Winnipeg. Quando o governo canadense pede ajuda aos americanos, entra em cena Antoine Sharpe - conhecido como “o ateu”, ele é um investigador extremamente sensitivo e dono de uma lógica irrefutável.

Acompanhado da agente canadense Melissa Nguyen, Sharpe inicia uma jornada primeiro para se convencer da real natureza da ameaça; depois, para combatê-la a qualquer preço. Se o leitor já está achando o roteiro surreal, espere até descobrir quem é o “cabeça” por trás de tudo.

O terror de Invasão dos Mortos é cerebral, com diálogos fortes e alguns momentos de puro suspense. O roteiro de Phil Hester (Black Terror, Vampirella) é bem construído, tão bem construído que o final me desapontou um pouco – não que seja ruim, só é diferente do que eu gostaria.

Para complicar, justamente no último capítulo há uma troca de artista: sai o traço estiloso e expressivo de John McCrea (Hitman) e entra o desenho limpinho, mas insosso, do novato Will Volley.

Invasão dos Mortos não é a melhor HQ lançada pela Gal, é a mais pop. Talvez porque a comparação seja injusta: Fracasso de Público e Três Dedos são pequenas obras-primas.

De todo modo, vale o investimento. A HQ tem 112 páginas, capa colorida, miolo p&b e preço de R$ 29,90. A compra pode ser feita em livrarias ou pelo site da Gal Editora.

Para terminar, uma curiosidade: a convite do editor Maurício Muniz, fui responsável pela revisão de texto de Invasão dos Mortos. É capaz que você encontre alguns errinhos – o jornalista César Freitas já me apontou um. Tente relevar e seguir adiante na sua leitura.

As HQs mais vendidas em fevereiro nos Estados Unidos

A lista do mês recém-encerrado não traz grandes novidades. A série Blackest Night continua sendo a sensação do momento e puxa os demais títulos relacionados.

Siege, a nova saga da Marvel que vai reunir Thor, Capitão América e Homem de Ferro depois de anos de desavenças, perdeu a liderança alcançada com a primeira edição em janeiro.

E a nova revista da nova dupla dinâmica, que em fevereiro teve duas edições, não arreda pé da lista dos 10 mais desde que foi lançada.

Como um todo, o mercado permaneceu estável, com a Marvel dominando (45% do market share em unidades e 41% em faturamento) e a DC correndo atrás (34% e 31%, respectivamente).




Veja a lista das 10 HQs mais vendidas em fevereiro nos Estados Unidos.

1) Blackest Night 7
2) Siege 2
3) Green Lantern 51
4) Batman and Robin 8
5) Batman and Robin 9
6) Dark Avengers 14
7) New Avengers 62
8) Green Lantern Corps 45
9) The Flash: Rebirth 6
10) Uncanny X-Men 521

segunda-feira, 8 de março de 2010

Papo de Quadrinho na Rádio CBN

No último sábado (6), este editor participou do quadro "Blogueiros", dentro do programa Revista CBN.

Durante pouco mais de 10 minutos, conversei com a âncora Tânia Morales sobre quadrinhos na educação, mercado nacional e outros temas.

A íntegra da entrevista o leitor confere no link abaixo:

CBN - A rádio que toca notícia - Revista CBN

quinta-feira, 4 de março de 2010

Superpáscoa

A Páscoa vem chegando e, como em todos os anos, os fabricantes se esforçam para chamar a atenção da garotada (e dos mais crescidinhos também) com atrativos que vão além do chocolate.

A Warner licenciou vários personagens com alguns destes fabricantes, com opções que vão de Scooby-Doo a Pucca.

Para o Papo de Quadrinho, os de mais interesse são os ovos do Superman, pela Qualitá (marca própria do Grupo Pão de Açúcar), e do Batman, pela Nestlé.

O primeiro (200g, R$ 16,99) traz um relógio do herói como brinde; o segundo, uma pulseira com batmóvel e batmoto (180g, R$ 24,50).

Se alguém tiver mais alguma sugestão neste sentido, deixe um comentário.

terça-feira, 2 de março de 2010

Papo de Quadrinho viu DC Showcase: Spectre

O curta animado, com pouco mais de 11 minutos, vem como bônus no DVD/Blu-Ray Justice League: Crisis on Two Earths, lançado no final de fevereiro nos Estados Unidos.

Ao que tudo indica, a estratégia da DC/Warner com a série Showcase é testar a aceitação de personagens do “segundo escalão” antes de bancar produções mais ambiciosas (segundo escalão em termos, já que os próximos curtas anunciados são de Jonah Hex e Arqueiro Verde).

Spectre mantém o padrão dos demais desenhos da DC. Em termos de qualidade artística, até supera alguns. Mas o que chama mesmo atenção é o roteiro.

O policial Jim Corrigan, identidade civil do Espectro, investiga o assassinato de um magnata na ensolarada Califórnia. A punição dos culpados é exemplar, fazendo jus ao chamado Espírito da Vingança que anima o herói.

Curioso notar que, antes de “fazer justiça”, o Espectro leva suas vítimas ao limite da sanidade e dá vida a objetos inanimados para cumprir a sentença.

A explicação para a violência quase explícita do roteiro é simples: foi escrito por Steve Niles, autor da sangrenta série 30 Dias de Noite.

Mas o grande nome por trás desta pequena obra de arte mais uma é o produtor-executivo Bruce Timm. Enquanto a DC/Warner o mantiver em seus quadros, a Marvel vai precisar suar muito a malha colante para tentar se igualar.